Vivo pedindo emprestado os olhos dos meus amigos. Nem é porque enxergo mal. Mas porque posso ter uma perspectiva diferente.
É isso o que tanto busco quando pergunto “o que achou desse filme?” ou quando recomendo efusivamente que leia algum livro. Quero pescar coisas novas, que talvez eu tenha deixado passar. Quero me encantar de formas novas pelas mesmas coisas de sempre.
Isso me inclui, acho. É saudável se ver de fora dos nossos próprios delírios. Quando nos relacionamos, entregamos parte da nossa história para ser contada pelo outro. Viramos parte de suas memórias, assim como o outro também passa a habitar as nossas.
Um perigo esse negócio de poder contar com o olhar de alguém e acabar me vendo de uma forma que não esperava. Inclusive me ver como uma extensão do outro: em comidas que passo a gostar por causa de um amigo, ou no jeito de falar de uma amiga que copio sem nem perceber. Se livros são feitos de outros livros, pessoas são feitas de outras pessoas.
Nem tento mais entender o que faz alguém gostar de mim, as pessoas se gostam e se identificam pelos motivos mais bestas. Quase nunca é pelo motivo que elas gostariam que fosse: por serem muito fodas, muito iluminadas, muito dedicadas, muito divertidas.
Às vezes são justamente as partes que considero as minhas fraquezas que fazem o outro chegar e ficar. A vulnerabilidade que entregamos é a melequinha que faz grudar.
A escassez de relações de vínculos e afetos é um dos motivos que têm levado as pessoas à radicalização e a serem cooptadas por seitas:
Amizade não é racional, um texto bonito do
Amizade entre artistas, foi de onde tirei a imagem do Warhol com o Basquiat
"Judeus e muçulmanos compartilham uma história de origem: eles são povos irmãos. Eles não brigam porque são estranhos; eles brigam porque são familiares, e enxergam a rejeição nos olhos do outro" mais um texto da
que me quebrou no meioMe apresenta aquele teu amigo?
Uma das paradas mais legais do meu trabalho é escrever coisas que ajudam as pessoas a conversarem. Sensação de missão cumprida quando alguém manda meus textos para um amigo como pretexto para puxar assunto.
Agora descobri uma forma divertida de agradecer pela gentileza de quem espalha minhas palavras por aí. É que o Substack, que não é besta nem nada, inventou um joguinho meio esquema de pirâmide que permite recompensar os leitores que mais trazem novos leitores para a newsletter.
Topa brincar comigo?
🏁 Como vai funcionar
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3 indicações: 1 mês grátis de acesso às newsletters exclusivas para apoiadores (vai que você anima de se tornar Valeker também, hein hein)
15 indicações: Oráculo em áudio (vou gravar um áudio personalizado lendo uma mensagem do Universo para você tomar tento)
50 indicações: Ilustra digital personalizada (sim, participando dessa gincana você corre o risco de ser eternizado no meu traço)
Experimenta compartilhar essa edição para ver se você já aparece no ranking:
Cuidado!
Acumulei muitos links interessantes para compartilhar com você nessa edição. Prossiga por sua conta e risco.
Passa o microfone: plugin para visualizar quem está falando mais em uma reunião no Google Meet
Criticar determinadas obras literárias virou uma questão moral. Vale a pena ouvir essa discussão sobre a polêmica envolvendo Itamar Vieira Júnior não aceitando críticas sobre seu livro.
Uma obra boa jamais pode redimir uma pessoa desprezível, com o que até posso concordar, mas por que uma pessoa adorável consegue redimir uma obra mediana, ou até ruim?
Dica da
lá no grupo dos Valekers: fotos do nosso Brasilzão tiradas por recenseadores do IBGE (e você pode votar nas suas favoritas)Será que você é um busólogo?
Sou fã da Sabrina e sua trupe, que aplicam o pensamento científico para entender melhor coisas do cotidiano, tipo andar meia cidade a pé só para testar a eficiência do transporte público:
Vem cá, que fim tiveram os animais africanos trazidos para criar um safari no meio do Centro-Oeste? Peraí, safari no Centro-Oeste??
Que saudade de comer caju me deu essa edição da newsletter da Carla ensinando a fazer carne de caju, vou processá-la
Distopias que se mostraram bem mais agradáveis de se viver do que a realidade onde vivemos
5 curiosidades sobre o meu romance oceânico (quantos likes essa touquinha de Jacques Costeau merece?)
Estou ouvindo:
Previously on Valekverso
Nas últimas semanas, escrevi um verdadeiro tratado sobre a quarta parede, dos tempos mais primórdios às produções audiovisuais recentes, e teorizo por que esse recurso narrativo tem sido cada vez mais usado.
Viajando ainda mais na batatinha, trouxe uma newsletter em quadrinhos para discutir de forma muito séria a possibilidade de estarmos vivendo em uma realidade simulada.
Passei a enviar newsletters mais recorrentes para os leitores que me apoiam. Se você gosta dos meus textos, tornar-se um assinante pago é uma forma de vir para mais perto da minha produção. Claro que a gente ainda se vê em edições gratuitas, como esta.
Um beijo e fique bem,
Aline
Que delícia estar nos links! Tbm adorei a gincana das indicações, os prêmios estão sensacionais 💥
Adorei, especialmente porque o tema "amizade" está em alta na minha cabeça. Estou ensaiando escrever a respeito por conta de uma experiência horrível que tive esse ano, mas ainda não consegui elaborar o esgotamento que essa amizade me trouxe. E amei a chuva de links! <3