De quatro em quatro anos o Brasil tem a chance de dizer quem é. Da última vez usou esse poder para dizer que é um brucutu mal-amado, violento, que se orgulha de ser chucro e cafona. Um valentão de arma na cintura, um mentiroso compulsivo, um trambiqueiro, um racista convicto que usa a camisa amarela da seleção como o novo capuz da Ku Klux Klan, um alucinado que aplaude toda e qualquer forma de destruição.
O Brasil, claro, não se resume a isso. Eu não me identifico com essa figura e espero que você que me lê também não. Mas não conseguimos fugir dessa presença. É todo dia acordar para um novo absurdo, comer desespero no café-da-manhã, encarar os vazios deixados por essa infestação de ódio, não aguentar mais ter que viver e trabalhar com a bota da barbárie esmagando nosso pescoço. O coturno pode ser figura de linguagem, mas o sufocamento é real.