Antes, uma palavra da autora sobre aprender novos ritmos.
Caro Al,
Não é qualquer um que tem a coragem de se perder. Preciso começar dizendo que admiro demais isso em você. É sua verdadeira arte. Sobretudo quando a gente mal acorda e lá está ela, queimando nossas retinas: uma gigante imposição de saber para onde vamos.
É preciso estar informada, ficar por dentro do assunto do momento que está desencadeando surtos de indignação nas Pessoas Mui Nobres e Sensatas, é preciso saber o cronograma de Figuras Toscas Que Merecem Nossa Atenção Agora, sob o risco de não conseguir conversar com mais ninguém. Ou pior: ficar sem ter o que escrever. Até ter o que escrever, mas desconfiar que está distante demais da compreensão das outras pessoas, como se eu estivesse usando a roupa inadequada ou o chapéu errado para visitar uma galeria de arte e ficar evidente o quanto estou fora de lugar. Você, ao menos, eu sei que vai entender a brisa.