Mudança me deixa nervosa. Olho pela janela e penso que daqui umas semanas essa não vai ser mais a minha vista. Verbos no passado começam a surgir para falar de onde moro agora. E tanta coisa para arrumar e resolver e responder e putz esqueci de tirar as roupas da máquina.
Sou soprano em um coral de Brasília, a pandemia proibiu nossos ensaios em grupo e nos enviou para tentativas de ensaios via aplicativos de conversa. Nestes aplicativos não é possível ouvir a voz do outro enquanto você também fala, ou um fala, ou outro fala, cantar ao mesmo tempo muito menos. Nos ensaios o maestro, a instrutora de voz nos ouve um de cada vez, bem como nós ouvimos os colegas, geralmente do mesmo naipe de voz. As músicas, nós gravamos a voz e os vídeos sozinhos em casa, alguém vai e edita juntando tudo. É estranho, meio frio e meio "é o que temos". Dizem que se voltarmos a cantar juntos em algum momento vamos ter que aprender tudo novamente, a ouvir as outras vozes sem errarmos a nossa. Sinceramente acho que o mesmo vai acontecer com a vida social, vai ser um esforço danado.
A pandemia mudou meu emprego, mudou meu cabelo, mudou minha rotina, mudou minhas companhias que se tornaram escassas e online. Eu me tornei mais adulta e mais reflexiva, olhei muito pra mim (em terapia e fora dela). Já estou começando a sentir medo da vida voltando ao normal depois desse processo pandêmico. Sei que as mudanças são necessárias, e que no fim das contas eu amadureci muito com elas, mas sei que novidades estão por vir e ainda estou cansada das anteriores.
Respondendo à sua pergunta, o isolamento mudou o meu ritmo e atenção. Sinto-me mais presente que outrora, mas ainda um tanto inquieta pelo desafio de não me ficar me prendendo ao passado ou flutuando pelo futuro. Exercício diário! Mas aqui termino curiosa com suas dicas sobre como se manter escrevendo uma newsletter por muito tempo, pois quero ressuscitar a minha. Te vejo na aula. Boa mudança.
Uma Palavra: casca vazia
Sou soprano em um coral de Brasília, a pandemia proibiu nossos ensaios em grupo e nos enviou para tentativas de ensaios via aplicativos de conversa. Nestes aplicativos não é possível ouvir a voz do outro enquanto você também fala, ou um fala, ou outro fala, cantar ao mesmo tempo muito menos. Nos ensaios o maestro, a instrutora de voz nos ouve um de cada vez, bem como nós ouvimos os colegas, geralmente do mesmo naipe de voz. As músicas, nós gravamos a voz e os vídeos sozinhos em casa, alguém vai e edita juntando tudo. É estranho, meio frio e meio "é o que temos". Dizem que se voltarmos a cantar juntos em algum momento vamos ter que aprender tudo novamente, a ouvir as outras vozes sem errarmos a nossa. Sinceramente acho que o mesmo vai acontecer com a vida social, vai ser um esforço danado.
A pandemia mudou meu emprego, mudou meu cabelo, mudou minha rotina, mudou minhas companhias que se tornaram escassas e online. Eu me tornei mais adulta e mais reflexiva, olhei muito pra mim (em terapia e fora dela). Já estou começando a sentir medo da vida voltando ao normal depois desse processo pandêmico. Sei que as mudanças são necessárias, e que no fim das contas eu amadureci muito com elas, mas sei que novidades estão por vir e ainda estou cansada das anteriores.
Respondendo à sua pergunta, o isolamento mudou o meu ritmo e atenção. Sinto-me mais presente que outrora, mas ainda um tanto inquieta pelo desafio de não me ficar me prendendo ao passado ou flutuando pelo futuro. Exercício diário! Mas aqui termino curiosa com suas dicas sobre como se manter escrevendo uma newsletter por muito tempo, pois quero ressuscitar a minha. Te vejo na aula. Boa mudança.